A vida não se fabrica nem se industrializa. A vida acontece. A vida foi
feita para ser vivida um dia de cada vez, um minuto de cada vez, uma hora de
cada vez, um segundo de cada vez... e foi assim que o adolescente Jeferson José
Lopes, do dia 26 de abril de 1951 ao dia 26 de abril de 2013, chegou aos 62
anos prestando bons e úteis serviços a população de Turmalina...
Foi uma vida
vivida entre frascos e fórmulas químicas, trituradas e mescladas ao afeto de
bem servir a causa da saúde e a felicidade de todo um povo.
As figuras
luminares de Lauro Machado, o padrinho e mestre; junto ao tio Hugo Lopes,
médico formado pela UFMG; se fizeram os arcanjos e querubins tutelares de toda
a vida, iniciada sob os auspícios da inocência e do bem-querer, principalmente
do bem-querer da sua terra e da sua gente... Felicidade, é a expressão tão
simples, mas necessária – de um sentimento tão almejado...
Diz um ditado
grego que mais se diverte do que trabalha aquele que faz o que ama. Não é
diferente aquele que coloca a sua vocação à serviço de seus amigos, de seu povo
e da sua terra. É um pouco do Cristo que se faz pão e se entranha, no corpo e
na alma, e na vida do vocacionado. É uma química cujos símbolos e fórmulas se
mesclam com carne e espírito, corpo e alma, intuição e inspiração – caminho e
escada – através da estrada tomada no sonho inicial.
Caminho
irisado de sonho e de luz, assim Nem Lopes o viveu – dosando de afeto e doçura
a sua voz, desde os vagidos sonoros após aspirar o ar da sua terra e sentir o
profundo amor que temperava a atmosfera da casa de seus pais. Luiz Lopes de
Macedo, a quem o afeto e a modinha seresteira substituiria a rigidez e o
formalismo; Hilda Maciel Lopes, cuja rigidez moral andava de par com seu amor
de matriarca profundamente dedicada à sua prole. Casa cheia, mesa repleta,
ocasiões múltiplas para a celebração do corpo e da alma. A vida era uma festa e
a festa se fazia vida. Serestas e modinhas, poesia e bem-querer, literatura e
amor, era o caldo que transformava o marasmo total da vila interiorana em
festas vivazes e sonoras naquela casa onde reinava um ambiente antigo combinado
com um amor sempre renovado.
Mas à
biografia de Jeferson ainda se soma o acontecer da história. Vinda de uma casa
onde o respirar se fazia de política e de serviço à pátria e ao povo, o civismo
nele não demorou à aflorar, emergir mesmo, da sua psicologia de homem pratico e
observador. Janeuce Cordeiro, em poema bem inspirado, diz que ninguém é mais
intimo de Turmalina que Ném Lopes. Uma pessoa que vive a sua a terra e a sua
gente tão intensamente só pode mesmo ser um homem poema, unindo ao corpo as
luzes do espírito cuja ribalta nem sempre um palco um palco iluminado, porém um
palco de grandeza e de boa convivência.
Viver para
ele foi participar. Dirigente partidário, fundador de partidos, ativista
social, desportista de mérito e de fôlego, vereador, presidente da Câmara por
dois períodos subseqüentes, prefeito municipal e vice-prefeito municipal... uma
lista e um curricullum vittae extenso...
E Maria
Mônica Vieira Lopes, a companheira de uma vida, não fez por menos: vinda de uma
casa também política e senhorial, porque não dizer fidalga de Capelinha, aqui,
sob os auspícios do marido e a liderança progressista (quase romântica e
civilista) de Hugo Lopes, foi ela ser a primeira mulher a adentrar os umbrais
da Câmara Municipal, liderando-a com a presidência interina... e nesse capricho
do destino quase se senta na cadeira do executivo, quando do afastamento do
prefeito Odair Bonifácio Maciel...
A prole foi
um prêmio, ou alias, 3 prêmios: Jeferson e Heloísa, que já planam o piso
superior junto ao calor do Pai Eterno; e Paulo Henrique, mais amigo que filho,
segundo ele mesmo... os três netos: Vitória e Leo, filhos de Paulo e Jacelma; e
Vítor, filho de Jeferson Luiz e Hilda — completam o liame que não se
interrompe...
Ah... Nem
Lopes, o tempo passa e a gente nem vê, nem sente, nem se dá conta que ele
passou... Mas vale a pena saber que se viveu ao olhar para o estirão da estrada
e ver o que se plantou para outros colherem. E continuaremos vivendo com o
calor da sua presença e seguindo as pegadas que você deixou na areia movediça
da vida...
Sigamos,
pois, juntos todos nós... Viveremos e conviveremos na alegre tarefa de
servirmos a nossa terra... Ainda há muito que viver, que sentir, que amar, que
fazer... Sigamos juntos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário