Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

Nossa Legenda

Nossa Legenda
Nossa Fé e Nosso FUturo

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DIVAGAÇÕES


O presente trabalho, fruto do trabalho destes últimos três anos de pesquisa, as vezes solicitada pela administração municipal ou por outras entidades interessadas, compõem-se de uma tentativa de encadernar, num volume único, o resultado dessas buscas. Assim, está disposto em desordenada forma. 

Trata-se, em suma, de perfis biográficos, pesquisas documentais, falas, homenagens, discursos, artigos, memórias, documentos, matérias jornalísticas e outros. 

A rigor, poderia se dizer, ser uma espécie de relatório de atividades ou prestação de contas relativas as minhas atividades. Confesso não Ter nenhum conhecimento científico, coisa de que nunca poderão me acusar aqueles que de mim discordam (pois sempre o tenho confessado), mas sempre tenho me esforçado em permear estes escritos com a verdade. As vezes, é óbvio, é necessário destruir mitos. Foi assim com os primeiros habitantes. Foi assim com as datas da fundação e criação do curato eclesiástico. Foi assim com a origem das principais. 

Verdade seja dita, desconheço os pesquisadores que não buscam em seus ancestrais um conde, visconde, barão, coronel ou membro de uma antiga câmara municipal. Infelizmente, nem todos conseguem achar apenas nobres em suas linhagens. Já dizia mestre GILBERTO FREYRE, que em cada família corre um pouco de sangue tapuia, assim como do negro e do português. Pedro Nava, o doutor memorialista, dizia já estar convicto que em genealogia, ao aprofundar, ou iria passar por uma sacristia ou adentrar pelas cozinhas dos casarões. Paulo Pinheiro Chagas, o deputado escritor, seguiu-lhe os pensamentos.

Assim, como poderão notar por estes escritos, nem sempre o relatado bate com o escrito por certos pesquisadores. Alguns, drasticamente. Porém, a verdade em primeiro lugar. Nunca mané por zezé. Nunca João por Juca. Nunca chico por totonho. Artesanato de Turmalina, já famoso por sua qualidade e beleza, concentrado na sede do município e em algumas de suas povoações, também acha-se relato. Assim como o bordado em tecido de algodão, branco e pardo, desenvolvido em maior escala na sede municipal, é fonte de renda para muitas famílias. Há bordadeiras que desenvolveram métodos peculiares de trabalho, fazendo-se diferentes e únicas em sua arte. É do saber local e da sabedoria passada de geração para geração, que brotam a inspiração para a confecção de peças admiradas e expostas pelo Brasil afora, verdadeiro sucesso pelas feiras onde são convidadas a expor seus trabalhos. O artesanato em argila também constitui-se em importante fonte de renda para várias comunidades rurais e povoados do município de Turmalina. Famoso pelo Brasil afora são os trabalhos que tem origem nos povoados de Campo Alegre, Buriti e José Silva. Suas esculturas lembram verdadeiros auto-retratos feito a partir da modelagem do barro bruto. Seus motivos são vários animais, flores, pessoas, criaturas imaginárias, folclore, festas e vasilhame utilitário e para enfeite. Assim, embora notas de registro, solicito ao leitor a indulgência do entendimento. São simples notas, desprendidas de esteticismo e forma, preservando apenas, com a alma e o coração, a verdade do exposto.

Momento histórico


Turmalina tem a sua história ligada ao “Ciclo do Ouro”, no século XVIII, porque a sua povoação primitiva foi influenciada pela Bandeira de Sebastião Leme do Prado, que havia fundado a cidade de Minas Novas em 29.06.1727.

Em 1730 já estavam residindo na Fazenda Piedade da  Água Suja o Alferes Antônio Godinho da Silva Manso Júnior, o Sargento-mór Domingos Alves de Macedo e o cabo de tropa João Soares de Araújo, que também assinava-se como João de Araujo Ribeiro. São esses os primitivos fundadores da povoação que veio a se tornar o Arraial de Nossa Senhora da Piedade de São Pedro dos Fanados das Minas Novas do Bomsucesso do Araçuaí. Em 1734, os primitivos moradores, chefiados pelo Alferes Antônio Godinho da, solicitaram ao Arcebispo baiano a autorização para a construção do primeiro orago da povoação, em honra da Virgem da Piedade, padroeira da fazenda. A capela foi construída entre 1735 e 1736, e benzida em 1º de janeiro de 1737 pelo padre Pedro Rodrigues Machado, pároco de São Pedro do Fanado das Minas Novas. Eis o documento:

"Dizem o Sargento mor Antônio Godinho da Silva Manso e tenente Domingos Alves de Macedo que residem a mais de três léguas da Matriz de São Pedro dos Fanados que está na vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso, e como bons cristãos e fiéis cumpridores das leis da Santa Igreja de Roma vem rogar a vossa excelência reverendíssima que Deus guarde e proteja, para o bom mister da santa religião Católica romana, seja concedido levantar na povoação em que habitam e tem o nome de Piedade da Água Suja, por dito sargento mor possuir em seu sítio de morada pequena ermida com a imagem de Nossa Senhora da Piedade, uma capela para o culto a mãe de Deus que se ornará as custas dos ditos suplicantes. Fazenda da Piedade da Água Suja, 31 de janeiro de 1734". 

Tão logo a autorização foi dada, os moradores começaram as obras. A começar pela medição dos terrenos. Veja o documento:

"Certifico que, em fé do cargo que ocupo, e por despacho, fui medir no arrayal de Nossa Senhora da Piedade os terrenos concedidos pelo sargento mor Antonio Godinho da Silva para a construção da capela de Nossa Senhora da Piedade Mãe de Deos, os quais medi 38 braças para cada lado, que vem a ser 76 braças de largura; aonde chegarão as ditas braças lhe puz 2 marcos de pedra, em cada hum lhe puzerão 5 pedras mais pequenas para que sirvam de testemunhas da dita arruação e por ser pedida passo a presente certidão. Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso, 12 de setembro de 1735. Joaquim Pereira dos Santos, arruador e medidor do Conselho desta vila do Bom Sucesso". [Todos esses documentos se acham em maços avulsos no Arquivo Municipal de Minas Novas – MG].


***

Fato importante na história de Piedade de Minas Novas, hoje Turmalina, foi a eleição de seu vigário Braz Vieira da Silva, pároco desde 1842, para representar o vale do Jequitinhonha na Assembléia Provincial de Minas (1860-1861).

Depois, em 07 de março de 1894, monsenhor Sérgio Pinheiro Torres, outro grande turmalinense, foi eleito senador estadual ao Congresso Estadual mineiro. Antes, ele havia sido eleito bispo da diocese de Belém do Pará, no consistório de 17 de janeiro do mesmo. Não tomou posse, por haver falecido pouco depois, a 17 de abril de 1894.

Dois outros filhos foram eleitos deputados estaduais, o advogado João Pinheiro de Miranda França (*1882—†1967), que teve mandato de 1907 a 1910, e o professor Demóstenes Ferreira César (*1874—†1936), que teve mandato de 1915 a 1918.

***

Outros grandes filhos de Turmalina: Coronel Miguel Godinho da Silva, capitão José Leonardo da Rocha, coronel Acácio Aarão dos Santos, Padre Anacleto Pereira dos Santos, padre Sérvulo Gomes dos Santos, Vigario Geral Luiz Pereira dos Santos, padre João Gonçalves Mendes, guarda mor Adrião Ferreira Coelho, capitão mor Manoel José da Rocha, capitão João Pinheiro Torres, coronel Gaudencio de Quadros, coronel José Pinheiro Ferreira França (Juca Pinheiro), coronel Teotônio Pinheiro de Quadros, capitão Teotônio Cordeiro de Oliveira, major João Soares Maciel, coronel João Machado Pereira, farmacêutico Lauro Machado Pereira, e outros.

***

Casas históricas, podem ser citadas o antigo sobrado dos França, construído na Praca Sebastião Sobrinho, em frente a matriz; o sobrado JM, onde funciona a gráfica Imagem Verdadeira, antiga propriedade do coronel Acácio Aarão dos Santos, que a comprou do doutor José Pinheiro Ferreira França Junior (Cazuza do Juca Pinheiro); o Hotel Lopes, construído pelo senhor Luiz Lopes de Macedo, o primeiro prefeito de Turmalina.

Qual destes homens é o mais ilustre filho de Turmalina?