Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

Nossa Legenda

Nossa Legenda
Nossa Fé e Nosso FUturo

segunda-feira, 24 de junho de 2013

UMA EFEMÉRIDE INESQUECÍVEL


Valdivino Pereira Ferreira
Escritor e ensaísta


Volto ao tema do centenário de Vivaldi Moreira, senão o maior, ombreando com os maiores expoentes do século XX, nascido nas fraldas dessas montanhas gerais. Homem votado à cultura, fez das letras seu ideal maior; e dos livros seus melhores e maiores amigos. O advogado Vivaldi Wenceslau Moreira nasceu em 28 de setembro de 1912, na cidade mineira de Tombos, aquele tempo distrito da cidade de Carangola. Foi um sacerdote na carreira jurídica, dedicando sua vida à serviço da causa pública e do Tribunal de Contas de Minas. Desdobrou-se também na escrita jornalística, tendo encetado brilhante carreira de repórter, redator e articulista de importantes publicações sediadas no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, entre elas jornais e a “Revista da Associação Comercial de Minas Gerais”, da qual foi secretário à convite do inolvidável José de Magalhães Pinto.

Foi no inicio da década de 1940, que ele transferiu-se definitivamente para a capital mineira e, durante o governo Milton Campos (1947-1951), foi Chefe de Gabinete da Secretaria das Finanças, pasta cujo titular era o próprio José de Magalhães Pinto. Em 1949, Vivaldi Moreira foi nomeado Auditor do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.  Dez anos depois, foi eleito membro da Academia Mineira de Letras, com a unção do preclaro intelectual Djalma Andrade, que então presidia o sodalício acadêmico. Foi um caso de amor entre o imortal e a casa de Alphonsus de Guimarães, da qual se tornou presidente vitalício desde 1975. Teve carreira brilhante no Tribunal de Contas, sendo que em 1964, foi elevado a Conselheiro, vindo a ocupar a Presidência da Casa entre os anos de 1967 e 1970 e no ano de 1980. Depois de aposentar-se na Corte de Contas, no ano de 1982, a pedido de Tancredo Neves, foi nomeado Diretor da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais. Ficando ali dois anos.

Porém foi na Academia Mineira de Letras seu maior legado, a meu ver, construído. Dotou-a de sede própria, inclusive trazendo para o seio dela o que de melhor Minas possuía em poetas, escritores, expoentes e homens de grande significado para o espírito da mineiridade. Acho inclusive que o próprio Vivaldi foi um dos lídimos representantes da nossa mineiridade, do sentido de “ser” mineiro; de um escritor nascido da vocação de comunicar, de registrar na memorialística um período rico e importante para todos os montanheses.

Sua devoção aos livros foi proverbial. Isso quem nos conta é seu amigo Sr. Adão, que o acompanhava diariamente na faina de limpá-los, esmerilá-los com a camisa imaculadamente branca. Certo dia, ao remexer livros e estantes, estas desabaram em cima dele, causando imenso barulho na Biblioteca Acadêmica. Seu Adão veio logo acudir, tirando livros e livros de cima do octogenário Vivaldi. Este, após socorrido, levanta-se limpando a poeira, vira-se para Adão e diz – entre solene e humorado:

— Que morte linda não teria sido, ‘Dão” – junto de todos os meus amigos!

E continuou abrindo livros e limpando-os, remexendo estantes e jornais, opúsculos e discursos, pois o rio da sua vida ali nascia e ali mesmo desaguava. Tudo isso ante o espanto e o susto de seu Adão.
 

 Decorridos doze anos de sua partida, pois faleceu aos 88 anos, em 2002, ainda a luz da sua vocação continua iluminando os salões do “Palacete Borges da Costa”, e a presença espiritual do seu exemplo acalentando a Cultura de Minas, eterna em nós enquanto vivemos. Os dezessete livros de sua autoria publicados servem-nos de pasto alimentar e espiritual, razão pela qual a Casa de Alphonsus de Guimarães é também de hoje para sempre a “Casa de Vivaldi Moreira”.



Qual destes homens é o mais ilustre filho de Turmalina?