Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

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terça-feira, 7 de maio de 2013

A graça da Capelinha



Certa vez um eminente homem público de Minas Novas perguntou-me porque razoes – espirituais, políticas ou econômicas – Turmalina destacou-se tanto que dava-lhe a impressão  de  que Minas Novas havia estacionado no tempo? Respondi-lhe que era questão das padroeiras – ao que ele riu muito. Sim, eu disse-lhe. Minas Novas, entregue ao BOM Sucesso, que é efêmero; Turmalina, à Piedade, que não tem fim. Hoje, volvidos cerca de 12 anos do episodio, poderia acrescentar que Capelinha também estaria no páreo. Porque? Por que a graça também é ilimitada e não tem fim.

Digo isto à propósito de dona Mônica Lopes, mulher de grande envergadura moral e cívica, cujos postulados de vida e de alma casaram com os mesmos de Jeferson Lopes, outra grande figura humana da paisagem do vale do Jequitinhonha. Destinos que se entrecruzam na certeza de que a pátria pequena lucraria com as artes de Ariádne. Segundo os gregos antigos, as parcas não se enganam – embora os fios do destino e dos caminhos sejam tantos.

Primeiro foi a irmã, Maria José Vieira Machado – dª. Lilia –, tangida pelas razões do coração, que veio aportar nas plagas de Piedade, quando conubiou-se  com Vicente Ariel Machado (*1923—†1985). E antes dela, a cunhada Maria José Machado – irmã de Vicente, buscara para esposo o inolvidável Antônio Bebiano de Oliveira Júnior (Cordeiro de Oliveira pela avó materna, da antiga família da fazenda do Fanha). Gente de prol, mas antes de tudo, gente honrada e nobre. Bebiano foi prefeito municipal de Turmalina, Lilia vereadora e presidente da Câmara e Mônica também. Talvez as visitas a casa da irmã dona Lilia, aproximasse a possibilidade do namoro e do casamento com Jeferson. Creio ter sido assim.

Nasceu ela na cidade de Capelinha, vindo de pais honrados e probos: Joaquim Alves Vieira, - que no início do século XX, quando o Dr. Francisco Sá foi ministro da Viação e Obras Públicas – foi nomeado Tenente-coronel da Guarda Nacional – uma das maiores aspirações de todo burguês ou agricultor de algumas posses daquela época. Político municipal de largo prestigio pessoal, ocupou postos de relevância no governo de Capelinha, tais quais o de vereador, membro da mesa da Câmara em mais de uma oportunidade e vice-prefeito do município. A mãe, dona Rosa de Sena Otoni – consta ser descendente do capitão Pedro Vieira Otoni – descendente do poeta serrano José Eloy Otoni (*1764—†1854). O poeta Otoni, professor régio de latim e francês em Minas Novas (nomeado em setembro de 1788 e com exercício até 1792), ali casou-se com Maria Rosa do Nascimento Esteves (*Minas Novas,MG, 1774 — † RJ, 1863), filha do coronel Manuel José Esteves Viana e de sua esposa dª. Quitéria Pereira de Lima.[1]
Tais são os seus ancestrais.

Ela própria, vinda de casa numerosa, fidalga e distinta, fez questão de deixar seu nome nimbado de honra e história. Primeiro foi o casamento, em 1964, com Jeferson José Lopes, figura das mais honradas e proeminentes de Turmalina, na segunda metade do século XX, onde havia participado ativamente da vida política, econômica e cultural da comunidade. Professora e diretora escolar, foi ela ainda a primeira mulher a adentrar os umbrais da Câmara Municipal de Turmalina, onde os colegas a elegeram vice-presidente da Mesa e depois presidente.

Perdendo dois de seus filhos e colhida pela depressão, ainda recolhe forças para continuar amando com amor incondicional Paulo, os netos e as noras que perpassaram os espinhos de seu caminhos com as rosas do afeto e da compreensão. E ainda enfeita a nossa sociedade com a bonança do seu sorriso e o perfume da sua presença.

Por essas e por outras é que eu acho que Capelinha não perdeu a Graça... a Senhora da Graça da Capelinha ainda é uma realidade imutável...




[1] De Manuel José Esteves Viana e de dona Quitéria Pereira de Lima, nasceram  minha Heptavó dona Ana Francisca da Conceição Esteves e o capitão Manoel Roque Esteves, grande latifundiário no vale do Mucuri, de quem Teófilo Otoni adquiriu grandes extensões de terras para a concretização da sua Cia do Mucuri, iniciada em 1854. — Dona Tereza Pereira de Jesus (*12.10.1760—†12.01.1828), minha pentavó materna, era irmã de dona Quitéria, tendo se casado por cerca do ano de 1795 em Piedade (hoje Turmalina), com o capitão Manuel Gonçalves Nunes (*1758—†1820). Ambas eram filhas do capitão-mor de São Domingos do Araçuaí – hoje Virgem da Lapa – Antônio Pereira dos Santos e de sua esposa Dª Izabel Pereira de Jesus e Lima, natural da Bahia.

Dª. Ana Francisca da Conceição Esteves casou-se a 23 de abril de 1797 com o Capitão-mor Martinho Nunes Pereira, no arraial da Piedade, sendo ele irmão da famosíssima senhora Dª. Joana Nunes Pereira - Joana do Convento - abadessa e priora da famosa Casa de Oração do Vale das Lágrimas do Arraial de Santa Cruz da Chapada (hoje Chapada do Norte). Do casal nasceram o Sargento  Sérvolo Gomes Lima (*1802-+1885) e dona Tereza de Jesus Gomes Lima, esta segunda esposa do coronel Joaquim da Costa Lima, pais de minha tetravó Maria da Costa Lima (1842-1899)...

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Qual destes homens é o mais ilustre filho de Turmalina?