Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

Nossa Legenda

Nossa Legenda
Nossa Fé e Nosso FUturo

quarta-feira, 6 de junho de 2012


EPISÓDIOS DA GUERRA DO PARAGUAI (1865-1870)
II


Valdivino Pereira Ferreira
Pesquisador de história


            O conflito Brasil-Paraguai, mais do que atritos de ordem econômica e ideológica, foi fator determinante no imaginário nacional, inclusive na decisiva consolidação do 2º Império e da Nação Brasileira, no conjunto das nações ibero-americanas e no contexto político e cultural das latino-americanas. Sua repercussão histórica produz profundos estudos ideológicos de vertentes distintas. O esquerdismo produz uma literatura denunciativa e acusatória; enquanto a direita produz uma defesa apaixonada e nacionalista que não condiz com a realidade. Não é objeto desse artigo discutir ou justificar as razões do conflito, apenas tratar de ações de alguns heróis que se destacaram no teatro das operações da guerra. Apenas isso.
           
            Hoje destaco o capitão Joaquim Pinheiro Torres, homem de reconhecida bravura e idoneidade moral. Nasceu no distrito de Nossa Senhora da Piedade das Minas Novas, hoje a cidade de Turmalina, aos 21 de abril de 1810, sendo seus pais o capitão Francisco Pinheiro Torres (*1767−†1844) e sua esposa dona Ana Alves de Macedo (*1772−†1863). Foram seus avós paternos o alferes Manuel Pinheiro Torres e dona Jacinta Maria Marques; e avós maternos o capitão Domingos Alves de Macedo Júnior e dona Ana Luiza Mariz d’Olivença, antigas famílias descendentes dos fundadores do município de Minas Novas. O menino Joaquim foi levado à pia batismal no dia 3 de junho de 1810, sendo seus padrinhos o coronel Miguel Godinho da Silva e sua mãe dona Joaquina Soares Cardoso, e oficiante o frei José de Souza Barradas (conforme batizados esparsos na Paróquia de São Pedro dos Fanados – 1805/1811).

            Estudou na escola da professora Maria Plácida de Lima, que regeu sua cadeira primária entre 1818 e 1829. Em 1836, por ato da Regência, foi nomeado subdelegado de Polícia do arraial da Piedade e incorporado na Guarda Nacional com o posto de Capitão. Em 12 de junho de 1833 casou-se com dona Ana Bernarda de Quadros (*1817−†1889), filha do tenente João da Silva Quadros e de dona Maria da Costa e Silva, baianos de Caitité, na Bahia. Consta que o casal não teve filhos.

            Vindo o conflito entre o Brasil e o Paraguai, incorporou-se as forças enviadas pela Guarda Nacional sediada em Minas Novas sob o comando do Coronel José Bento Nogueira Góes – o Zebentão – seguidas para o Mato Grosso em 1867. De Piedade de Minas Novas seguiram em sua companhia o capitão José Leonardo da Rocha Pompéu – Juca Leonardo, alferes Camilo Candido de Lélis, tenente João Pinheiro Torres Júnior, tenente Tristão Aarão Ferreira dos Santos, tenente Patrício Pereira Freire, tenente Fabrício Pereira Freire, sargento Antônio Soares Falcão, sargento Joaquim Lopes Barbosa, todos acompanhados de quatro escravos, que se incorporaram ao Regimento 21.

            Não se sabe da atuação de Joaquim Pinheiro Torres no teatro das operações, apenas que serviu de ajudante de ordens do generalato no comando do Duque de Caxias, Luiz Alves de Lima e Silva. Feriu-se no famoso episodio em que perigou a vida do Imperador Pedro II, quando visitando os soldados em Campanha, um soldado inimigo invadiu a barraca onde ele dormia e quase degolou nosso imperante que dormia candidamente. Ferido, ele recebeu dispensa imediata junto com o companheiro Camilo Cândido de Lélis, regressando ambos para suas residências. Dos ferimentos proveio seu falecimento em 21 de julho de 1871, sendo sepultado ao pé do altar-mor da matriz. Na reforma efetuada entre 1947-1949, sua lápide foi retirada e colocada ao lado do portão do Cemitério da Saudade, onde atualmente se encontra.

            Seu nome merece constar entre os maiores e mais ilustres cidadãos que construíram o passado de Turmalina, a antiga Piedade de Minas Novas.  

Qual destes homens é o mais ilustre filho de Turmalina?