"O Passado é o que fica do presente". "FÉ é acreditar naquilo que não se vê. A recompensa disso é ver um dia o que você acredita". Santo Agostinho. "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem". Paulo de Tarso, na Carta aos Hebreus, 11.1 [Or, la foi est une ferme attente des choses qu'on espère, l'évidence de celles qu'on ne voit point] segundo a tradução francesa - La Bible de l'Épée).
Dedicatória do blog
Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!
Nossa Legenda
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Contribuição da escritora Clevane Pessoa
acima o autor e Tânia Diniz, a poetisa magistral que edita "Mulheres Emergentes" desde 1989; abaixo Tânia
e Amilcar Martins, diretor e fundador do ICAM - Instituto Cultural Amilcar Martins - duas presenças ilustres na Homenagem a YEDA PRATES BERNIS...ENTREVISTA
Entrevistado: Valdivino Pereira Ferreira
Entrevistadora: D. Clevane Pessoa de Araujo Lopes
Ficha:
Nome: Valdivino Pereira Ferreira; naturalidade: Comunidade de Bocaina, município de Turmalina-MG; Formação: Fundamental, autodidata; profissão: Assessor político, cultural, escritor e biografo; Cidade onde mora: Turmalina-MG; Endereço: Rua Rita Barbosa, 143 cs, Bairro Caxambú, CEP 39.660-000 / Turmalina – MG.
1) Caro Valdivino, você lança , agora em setembro, um livro, “Yeda Prates Bernis, PLENITUDE POÉTICA” — sobre a poeta mineira Yeda Prates Bernis.Qual foi sua maior motivação para escrevê-lo?
VPF) Escrevi o livro por sugestão do acadêmico José Afrânio Moreira Duarte, grande contista mineiro e acadêmico, muito amigo e admirador da obra de dona Yeda. Foi a paixão cristalina pela obra de Yeda quem me motivou a escrever esse livro. José Afrânio já havia escrito “Henriqueta Lisboa: Poesia Plena”, em 1996, editado pela Editora do Escritor, e resolvi fazer o meu no mesmo estilo. Óbvio que o meu livro não se reveste da qualidade da analise de José Afrânio sobre a obra de Henriqueta, estrela solar da poesia lusófona da nossa atualidade, mas busca tornar possível a difusão dessa alta poesia para as regiões das quais sou natural e os antepassados dela (Yeda), também. Como pesquisador da genealogia mineira, tive a grata satisfação de saber que minha hexavó materna, dona Emerenciana Alves de Macedo (*1790-†1850), teve uma irmã, dona Amélia Maria de Macedo, que casou-se com o coronel Hermenegildo Rodrigues Prates (*1780-†1857), são estes os avós do deputado Camilo Prates, avô paterno de dona Yeda. Posso acrescentar ainda que me motivou a grata satisfação de tê-la entre minhas parentas colaterais. Embora a principal motivação tenha sido mesmo a paixão por sua extraordinária poesia transcendental, telúrica e metafísica.
2) Fale um pouco sobre a pessoa Yeda Prates Bernis.Conhece-a pessoalmente? Qual foi a reação dela ao saber que você falaria dela e de sua Poesia? Ela estará no lançamento? Caracterize a poesia dessa autora. Qual de seus livros mais gosta?
VPF) D. Yeda é uma pessoa discreta, sábia e acessível, que soube aprender com os anos as lições mestras do espírito que deve permear as nossas atitudes. A conheci em 2005, quando lhe fui apresentado pelo doutor José Afrânio em companhia do presidente (da Academia Mineira de Letras), Dr. Murilo Badaró. Naquela instante apenas avivou-me em minh’alma o fato de ter entre meus livros “O Grão de Arroz”, grande alimentador de espíritos. Recebi vários livros dela de presente pelo José Afrânio, e confidenciei-lhe o projeto de analise de sua obra. O José Afrânio ficou muito feliz e me incentivou no projeto. A partir daí a amizade estreitou-se e confluiu para algo maior, com telefonemas, cartas, emails, noticias, notas de jornal, etç. Um belo dia, contei-lhe que estava escrevendo sobre ela, e contava com boas opiniões de José Afrânio. Ela ficou felicíssima, mas disse-me que não perdesse tempo com ela, porque ela já estava muito velha, sem animo, sem motivação pela morte infausta de seu marido (Nei Bernis), que ela amava sublimemente. Retruquei-lhe que ela havia escrito páginas que se eternizaram e falavam de coisas pendularmente elevadas e presas ao espírito, coisas que permanecem para sempre. Ela aquiesceu, para minha alegria. Ela será a personagem central no lançamento, para minha alegria, e gosto de todos os seus livros, mas tenho um carinho especial pelo “Encostado na Paisagem”, presente do Zé Afrânio.
3) Você próprio é poeta. Qual o seu estilo predileto? Qual seria o seu estilo, se fosse denominá-lo? Quais seus principais temas? Tem alguma rotina para escrever ou obedece à inspiração? Com que idade escreveu seu primeiro poema?Onde estudou? Que autores mais o impressionaram?
VPF) Tento escrever poesias, embora seja péssimo poeta. Não tenho estilo definido, apenas derramo sobre o papel aquilo que meu coração dita, obedecendo ao modelo inspiracional do momento como influxo do espírito. Escrevi meu primeiro poema aos 10 anos, e falava sobre a morte recente de papai. Estudei em escolas rurais, por isso o sertão está tão presente em tudo que escrevo. Leio com agrado Cecília Meirelles, Wilmar Silva, Livia Paulini, Lacyr Schetino, Henriqueta Lisboa, Stella Leonardos, Dante Alighieri, Gabriela Mistral, Jorge Luis Borges, Pablo Neruda e Fernando Pessoa. Quanto a rotina, nunca tive.
4)Quantos livros já publicou? Está preparando algum outro? O que mais gosta de fazer?
VPF) Já escrevi, entre opúsculos e livros, 16 obras, entre biografias, poemas, ensaios, monografias históricas, folclore e genealogia. Estou preparando duas biografias no momento, uma analise da poeta ROSANI ABOU ADAL, de São Paulo. E a edição conjunta de minhas poesias (Ofertórios e Flores de Aço). Isso sem contar os artigos nos jornais de circulação nacional, regional e na revista da Academia Mineira de Letras.
5) Terminado esse trabalho, que sensações, sentimentos e emoções lhe acontecem?
VPF) O dever cumprido, mas a vontade de melhorar sempre. Sempre vejo defeitos em meus trabalhos. Não gosto de reler meus trabalhos, e depois de alguns anos, vi que muitos poetas, também, caso de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Guerra Junqueiro, Castro Alves, etç. Mas meus livros são meus filhos, amados e queridos, porque falam do que amo e acredito.
6)Onde e como será o lançamento desse livro? Quem o patrocina? Fale um pouco sobre a trajetória dessa publicação.
VPF) O lançamento será na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, uma das instituições mais respeitadas no que tange ao colecionismo e a estruturação da mineiridade literária e folclórica. O livro está editado as minhas expensas e do Fundo Municipal de Cultura de Turmalina, que compreendeu a importância da homenagem a dona Yeda.
7) Aproveito para agradecer a você, mais uma vez, pela inclusão de um pequeno depoimento, onde eu, que também sempre fui apaixonada pela poesia de YPB, conto como foi encontrá-la em Belo Horizonte. Ela prefaciou meu livro ORVALHO, de haikais e sempre com muito carinho e elegância, suas características.E desejo que a trajetória desse livro seja exitosa.Vocês dois bem o merecem.
VPF) Na verdade, eu preciso lhe agradecer, pela generosidade, apoio e confiança no respeito recíproco pela obra de nossa poeta maior. O depoimento de sua lavra incorporado ao livro é apenas o testemunho verdadeiro, sem ressalvas, de como a poesia bernisiana entra pelos poros e consegue se fixar nos corações de tantos quantos se abeberem da sua límpida, cristalina e perene fonte poética. O êxito do livro, entretanto, ela merece melhor do que eu, tanto por seu conteúdo quanto pela obra que ela produziu. Guardarei também nos escaninhos da minha memória e no mais recôndito do meu coração, a indicação que recebi para ser incluso no sodalício da Academia de Letras de Teófilo Otoni – ALTO – indicação de seu generoso coração e de sua fina sensibilidade, homenagem que muito me toca e estará comigo nesse e no outro plano, porque creio também em uma vida perene e duradoura, segundo as palavras de Santo Agostinho de Hipona (*334—†430, d.C), aquele doutor da Igreja cuja sabedoria não conheceu limites, que disse “a Fé é acreditar naquilo que não se vê e a recompensa disso é ver um dia aquilo que você acredita, combinado com as palavras de São Paulo aos Hebreus, que “A fé é a expectativa certa das coisas esperadas, embora não vistas ainda pelos olhos” (Hebreus, 11,1).
A bela e elegante Clevane Pessoa de Araujo Lopes, que entrevistou o fundador e coordenador do Projeto Resgate Memorial, sendo ela a indicadora do pesquisador Valdivino Pereira Ferreira, a vaga de membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO), a empossar-se a 01 de outubro de 2011.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Na foto, o presidente da Câmara Municipal de Turmalina, representando a cidade, saúda o autor que é seu dileto amigo e fala em nome do Projeto Resgate Memorial, do qual ele é parceiro e membro de seu Conselho Curador desde 2002.
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HOMENAGEM A POETA YEDA PRATES BERNIS, BELO HORIZONTE, AOS 17 DE SETEMBRO DE 2011.
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O autor ouve 'encabulado' sua amiga Janeuce Cordeiro Maciel, declamar seu "Poema para Yeda", juntamente com Yeda Prates Bernis, Carmem Snheider Guimarães e Cely Vilhena de Castro Falabela.
Discurso
FALA DE ENCERRAMENTO
NAS HOMENAGENS PRESTADAS
A D. YEGA PRATES BERNIS
Valdivino Pereira Ferreira
A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las (Aristóteles).
D. Yeda,
Foi longa a caminhada e penosa a espera. Não me importa os ferimentos da luta nem os arranhões dos espinhos pelos caminhos percorridos, sim a alegria do encontro e o prazer da etapa cumprida. Por essas convergências do destino, um espírito lúcido, humilde e sábio, a quem nós ambos devotávamos e devotamos ainda verdadeira amizade e veneração – aquele inspirado escritor mineiro José Afrânio Moreira Duarte que já plana o outro plano da vida, a que o iluminado Santo Agostinho de Hipona chama de “o outro lado do caminho”– me apresentou a vós. E vós, Yeda Prates Bernis, a grande poeta de Minas e do Brasil, se fez amiga de Valdivino Pereira Ferreira, o pesquisador de folclore do vale do Jequitinhonha, de origem humilde e de berço obscuro, mas oriundo das plagas onde primariamente aportou a família “RODRIGUES PRATES”, ainda na primeira metade do século XVIII.
“Aquela que canta”ou “aquela que entoa acalantos”, na bonita origem de vosso nome na língua anglo-saxônica, se fez amiga daquele “que é o amigo audacioso”, segundo a mesma origem anglo saxônica, com alguma corruptela teutônica.
Pouco tempo depois, esse amigo, menoríssimo amigo, foi colhido pela depressão e só com o alento de velhas e novas amizades, como aquelas que deixei consignadas no pórtico do livro, foi o motivo da devolução da minha vontade de viver. Meu coração enlouqueceu a geografia do meu corpo, e embora correndo o perigo de esquecer alguns, porque faltaria papel para citar todos, devo enumerá-los. Deus e Nosso Senhor Jesus, os dois primeiros. Depois sem ordem de chegada, Neilma, Nívia, Jeferson, Jadilson, Anália, Luiz Fernando, Zenólia e Nelson, Anízio, Vicente Antunes, Murilo Badaró, Zé Afrânio, Oiliam José, padre Rangel, padre Carlos Badaró, (Jailton +), Janeuce, Gilda, tia Alaíde, meus irmãos (todos, porque tiraram tempo para cuidar de mim), Olimpio e Rita, e uma plêiade enorme de outros mais. Yeda com seus telefonemas, seu incentivo, sua literatura, sua sabedoria de princesa mesopotâmica, me forneceu poderoso lenitivo, ora com sua atenção, ora com sua literatura.
O motivo da escrita do livro “YEDA PRATES BERNIS: PLENITUDE POÉTICA”, nada mais é do que um preito de gratidão. Gratidão a que meus amigos, jóias preciosas que Deus tem me legado pelo caminho, e que nesse momento se juntam a mim para agradecê-la e homenageá-la. Gratidão perene também que se derrama a Deus, por ter concedido a mim a graça da vossa amizade.
A amizade é uma dádiva que não se compra e um tesouro a que não mensura o valor. É tão valiosa que jamais foi corporificada para engalanar as coroas reais, nem iluminar os colares das rainhas. Tesouro cuja jóia encastoada só pode ser guardada na arca do coração, terra onde ninguém vai nem a ferrugem ou tempo dilapida. A amizade e o amor só a possuem os nobres, dotados de sentimentos grandes e altos, grandes na concepção do valor do “outro” e altos na concepção do espírito de entendimento.
Digo isso porque Yeda sabe a dimensão da amizade e do amor, simplesmente porque ela teve um amigo que foi seu amor para a vida inteira e um amor que foi seu amigo desde quando se entregaram um ao outro em 1948, quando se casaram. Digo para a vida inteira porque a vida não tem fim, apenas a etapa terrestre, que Nei Octaviani Bernis cumpriu com brilho, honradez e trabalho, qualidades que ornamentavam o seu caráter. Referente ao amor de Nei e Yeda, Vinicius não tem nem terá razão, porque “não será eterno enquanto dure”, mas durará para sempre. Amor produtivo, como na parábola hiperbólica de N. S. Jesus Cristo, porque foi fruto que produziu cem por um. Basta que se lance os olhos sobre a frondosa arvore genealógica plantada por eles, cujos galhos, ramos e vergônteas, dignificam Minas dia-a-dia com seu trabalho e com sua honra.
Quando a pessoa não possui merecimento nenhuma palavra poderá ornamentar o seu elogio. Quando ela dignificou a sua terra por suas ações e enobreceu a sua gente por suas qualidades, raios emanados de seus corações, o pedestal de sua estatua já estará preparado, porque nem a morte apaga a lembrança de suas boas ações e de seus benefícios que foram insculpidos em nossos corações. Todo aquele que professa a fé em Jesus Cristo, crê na ressurreição e a ressurreição nada mais é do que a LEMBRANÇA da pessoa permanente no coração imaculado de Deus. Assim, pessoas como Henriqueta Lisboa, Cecília Meirelles, Lacyr Schetino, Murilo Badaró e José Afrânio Moreira Duarte, para dizer de dimensões intelectuais de D. Yeda, e Vicente Antunes e Murilo Maciel, falando das dimensões do horizonte de Turmalina, estarão e estão sempre revivendo em nosso olhar, em nosso coração e na nossa mente, fazendo-as ressurgir cotidianamente para nosso bem e nosso crescimento espiritual. De Deus não se pode esquecer, porque tudo Ele preenche, tudo Ele aclara e tudo Ele provê, e todo o sentido está na Sua existência. Até mesmo antes do nascimento da teogonia ocidental tal qual a conhecemos no ordenamento filosófico atual, os gregos antigos já deram ao “Deus Sol” o apelido de “Hélio”. Quem lhes deram tal esta antiga noticia. Pois antes dos profetas bíblicos, os escribas e peotas profanos profetizaram, porque cantaram com lira majestosa e voz maviosa as maravilhas de Deus.
“Porque ao sol deu por morada Deus: Quia sol in habitaculum Dei”,
dizia uma antiga inscrição encontrada em território greco-latino. A Ele, sou grato pela dádiva da amizade de D. Yeda. A meus amigos também sou grato, porque se revelam verdadeiras coroas de jóias, tal qual o tesouro de Lady Elisabeth II, por nobreza, honra e caráter que eles ostentam e pela generosidade de me abrigarem em seus corações.
Minha gratidão a todos. A vocês devo a minha vontade de viver. A Deus devo a vida que tento viver com dignidade e verdade, componentes do amor ágape, cristalino, sem jaça, oriundo de Deus. Com Deus, que é o princípio, termino estes agradecimentos, porque ele é o sabor do meu espírito, o apetite da minha alma e o deleite da minha existência.
D. Yeda, são simples as minhas homenagens, mas são as que podemos, Projeto Resgate Memorial, vos prestar. Aceite-as na singeleza de que são e representam, espero estar no seu coração, porque no meu a senhora já está. Muito obrigado a todos.
Paz e bem.
O autor ladeado pelas poetas Celly Vilhena, Carmem Shneider Guimarães, Yeda Prates Bernis e Janeuce Cordeiro Maciel.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
SUCESSO
O lançamento do livro "Yeda Prates Bernis: Plenitude poética", do ensaista e coordenador do Projeto Resgate Memorial, na Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, revestiu-se de invulgar brilho e sucesso, com comparecimento em peso da AFEMIL E AMULMIG, além de intelectuais de renome em Minas e no Brasil. Nosso muito obrigado a todos os que prestigiaram o Projeto em mais uma ação de rememória de Minas e do norte... Acima veja algumas fotos do autor com Yeda e alguns dos literatos, poetas e intelectuais que compareceram na Biblioteca Publica Estadual Luiz de Bessa...
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