EPISÓDIOS
DA GUERRA DO PARAGUAI (1865-1870) [I]
Valdivino
Pereira Ferreira
Pesquisador
de história
Seguindo o raciocínio acerca do
conflito Brasil-Paraguai, tratarei hoje do coronel Camilo Cândido de Lélis.
Nasceu em Piedade de Minas Novas, a 12 de abril de 1840, sendo seus pais o
professor Paulo Cândido de Souza (*1809−†1879) e dona Bemvinda Carolina de
Souza Rocha (*1821−†1887). Seus avós paternos foram o capitão Fulgêncio Cândido
de Souza (*1785−†1852) e dona Maria Beatriz de Sena (*1778−†1837); avós
maternos o tenente João Gomes da Rocha (*1801−†21.07.1879) e dona Benedita
Valentina de Souza Rocha (*1807−†1897). Teve as primeiras lições com os pais,
ambos professores na paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Minas Novas do
Fanado, onde o professor Paulo Cândido aposentou-se por lei da Assembléia
Provincial de Minas (12 de julho de 1873).
Camilo assentou praça no 1º Batalhão
de Minas, em Ouro Preto, em março de 1857, por ato do Dr. Herculano Ferreira
Penna, natural de Diamantina e então presidente da Província de Minas Gerais.
Desligou da Policia mineira, em 13 de abril de 1867, para seguir para a Guerra
do Paraguai.
Distinguiu-se no conflito, onde
lutou com bravura e heroísmo, inclusive salvando a vida do Imperador dom Pedro
II. Dom Pedro, visitando as tropas, teve sua barraca invadida por um soldado
insatisfeito com o governo imperial, que gastava parte considerável com seu
orçamento com as tropas em combate, elevando o déficit público e a divida com o
estado bretão em quantias astronômicas, assunto glosado com freqüência pelos
jornalistas da corte, dos republicanos baianos, mineiros e paulistas. O soldado
insatisfeito entrara com uma adaga na barraca de repouso do imperante, sendo
dominado incontinente pelo alferes Camilo Candido de Lélis e seu primo José
Leonardo da Rocha Pompéu. Foram imediatamente promovidos a capitães pelo
próprio imperador, após ciência ao Conde d’Eu, Gaston Luiz Filipe, seu genro e
comandante das forças aliadas (Brasil, Argentina e Uruguai).
Após o conflito, ele foi nomeado
delegado de polícia em 1873 para o distrito de Itabira; seguindo depois para a
vila Januária (1877-1882). Ainda policiou a cidade de Montes Claros (1883-1885),
os distritos de Juramento e Sagrado Coração de Jesus (1887-1890). Em 1889 foi
eleito vereador em Coração de Jesus e em 1897 foi eleito vereador à Câmara
Municipal de Montes Claros.
Faleceu em 1918, em Montes Claros, e
está incluído nas “Efemérides montesclarenses”,
de Nelson Vianna.
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