Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

Nossa Legenda

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Nossa Fé e Nosso FUturo

sábado, 7 de janeiro de 2012

FALA DE INGRESSO NA ACADEMIA DE LETRAS DE TEÓFILO OTONI




Valdivino Pereira Ferreira

A grandeza não consiste
em receber honras,
mas em merecê-las.


(Aristóteles).


Excelentíssima senhora
Prof. Amenaide Bandeira Rodrigues
DD. Presidente da ALTO

Excelentíssima senhora
D. Maria José Haussein Freire
DD. Prefeita de Téofilo Otoni

Excelentíssimo senhor
Ver. Thales Contão
DD. representante da Câmara Municipal desta cidade

Meus caros e dignos colegas empossandos, senhores Alexandre Farias Marques, homem de elevada cultura humanística e compleição moral e Humberto Luiz Salustiano Costa, que volta ao ninho na frase bela da canção poética....

Caros confrades e confreiras cujo talento corre de parelha com a caridade intelectual (franciscana e claretiana, sic),

Seleto público que nos dá a honra da sua atenção, o privilégio da presença e a distinção do seu respeito.


Foi longa a caminhada e penosa a espera. Não me importa os ferimentos da luta nem os arranhões dos espinhos pelos caminhos percorridos, sim a alegria do encontro e o prazer da etapa cumprida. Por essas convergências do destino, um espírito lúcido, humilde e sábio, a quem nós todos devotamos verdadeira amizade e veneração – a amiga e distinta poeta Clevane Pessoa de Araujo Lopes – venho hoje unir-vos a vós. Sei que não sou igual a vós, nem em distinção ou sabedoria, mas sei também que a humildade e a bondade espiritual inerente a todos vocês, os fizeram aceitar-me como um dos vossos.

Não foi por acaso, ter sido empossado na ALTO, essa egrégia casa de letras que brilha no vale do Mucuri, sediada na princesa desse vale. Busco e aspiro as coisas do alto, e Teófilo, palavra de raiz grega, quer dizer “Amigo de Deus”, na bela junção dos termos THÉOS= DEUS + PHILO= AMIGO.

A principio o que são os nomes? Nada mais que a soma de consoantes e vogais, que entre uma e outra dão forma e som. Sua importância, entretanto, está naquilo que eles significam. Posso e devo citar alguns, para regalo do espírito e a breve compreensão dos senhores:

Maria – do aramaico do tempo de Cristo, significa: Filha do mar

Vera Lúcia – do latim medieval – significa Luz verdadeira ou a verdade que luz ou brilha

Valdivino – palavra teuto saxônica – quer dizer amigo audacioso

Emanuel, do hebraico pré e pós Cristo – O Senhor é convosco.

Isaque – nome comuníssimo na Israel do tempo de Cristo, quer dizer ‘risada’.

Amenaide – nome aportuguesado vindo do hebraico, traz a ideia de pessoa amena, tranqüila e serena.

Thales, esse jovem vereador que abrilhanta a Camara de Teofilo Otoni com sua juventude e impetuosidade, nos lembra a figura impoluta e inteligente do filosofo grego de reconhecida fama.

Maria José – a prefeita brilhante de Teofilo Otoni – traz no nome a junção do melhor modelo de mulher junto com o mais compreensivo dos homens.


Porque ao sol deu por morada Deus: Quia sol in habitaculum Dei”,

 dizia uma antiga inscrição encontrada em território greco-latino. A Ele, sou grato pela dádiva da amizade de todos vós e pela bondade do nosso ingresso na vossa Casa, a Casa de Celso Cunha. A Deus também sou grato pelo ingresso no seio de vosso grêmio.
Sou grato as letras porque elas me deram as maiores alegrias da minha vida, inclusive um reconhecimento do qual não sou merecedor. Minha gratidão a todos.
Os tempos modernos se caracterizam pelo conhecimento e a aglutinação dos homens de letras e de ciências em grêmios culturais. A Academia de Letras de Teófilo Otoni, cuja sigla ALTO lhe cai tão bem, está entre as mais respeitáveis e nobres entre as suas congêneres, razão pela qual eu sou grato a inspirada poeta norte-rio-grandense Clevane Pessoa de Araujo Lopes, a minha generosa indicação ao sodalício e o vosso beneplácito em aceitar-me como um dos vossos.
É bom que se fale de Clevane. É mineira porque seu coração está em Minas e os frutos do seu ventre foram gerados em Minas. Juiz de Fora foi o pórtico de entrada em nosso estado montanhês, onde exerceu com brilho a profissão de jornalista, naquela que é chamada de “Manchester Mineira”. Psicóloga de rara sensibilidade e competência, ela vem dando mostras de um amor acendrado ao povo e as letras mineiras.
Faz parte de várias instituições culturais e de letras, além de ser embaixadora da paz e recordista em participação em antologias de poesias. Apenas entristeço-me não tendo a sua luminosa presença nessa augusta ocasião de celebração espiritual a Deus, a Cultura e as Letras.
Relembro aqui Teofilo Otoni, o “Tribuno do Povo” que com seu lenço branco e seu liberalismo avançado, por pura razoes do destino fez na selva do vale Mucuri uma cidade das mais distintas de Minas, plantando ali a semente da civilização e do progresso econômico e social, com grande desforço pessoal e dispêndio de sua bolsa pessoal. Seu nome é um símbolo que orgulha as velhas serranias do Serro e as nossas “Minas Gerais”, tão altaneiro quanto o pico do Itambé que espia sombranceiro as nascentes do rio Jequitinhonha.
Razões outras me fazem aludir a minha posse nessa terra. Aqui veio residir a velha matriarca D. Benedita Valentina de Souza Rocha após enviuvar-se do major Antônio Augusto de Souza Rocha, um dos chefes políticos de Piedade de Minas Novas, hoje a cidade de Turmalina. Veio trazendo cinco filhos, um dos quais o capitão da Guarda Nacional Germano Augusto de Souza, que aqui casando nas melhores famílias da terra, gerou outro Germano Augusto de Souza, “o Maninho”, que entre as funções nobilitantes que exerceu na vida, está a de ter sido prefeito de Teófilo Otoni, entre 1951 e 1955. D. Benedita, sua avó, era madrinha de batismo de meu bisavó José Godinho da Rocha – batizado a 12 de maio de 1881.
Minha hexavó materna, D. Ana Francisca da Conceição Esteves casada com o capitão Martinho Nunes Pereira, tronco das melhores famílias de Minas, era irmã da senhora Maria Rosa do Nascimento Esteves, esposa do poeta José Eloy Otoni, este tio paterno do inesquecível Teófilo Otoni. Ambas eram tias paternas da ilustre matrona Rita Esteves de Lima, que tem a gloria de ter entre os seus descendentes o governador Aécio Neves.
Filhos de Turmalina que foram recebidos com galanteria e amizade pelo povo dessa terra, foram: tenente-coronel Patrício Alves da Costa[1], membro da intendência de 1890 até 1892; major Fortunato Gonçalves Mendes, ex-vereador a Câmara dessa comuna entre 1892 e 1895; coronel Antônio José da Costa Ramos, subdelegado de Policia e seu irmão João José da Costa Ramos, agente dos Correios; Francisco Cordeiro da Luz, ex-secretário da Câmara, no final da década de 1920, era filho do capitão Carlos Cordeiro de Oliveira e de dona Ambrosina de Matos Cordeiro, ele nascido na fazenda da Estaquinha, no córrego do Fanha (divisa de Turmalina com Minas Novas) e ela de Minas Novas.
A vocês devo a minha vontade de viver mais intensamente a vida intelectual. E à Deus devo a vida que tento viver com dignidade e verdade, componentes do amor ágape, cristalino, sem jaça, oriundo de Deus. Com Deus, que é o princípio, termino estes agradecimentos, porque ele é o sabor do meu espírito, o apetite da minha alma e o deleite da minha existência.
Muito obrigado a todos.
Paz e bem.



[1] O coronel Patrício Alves da Costa (*1834―†1909?), era irmão germano de minha tetravó materna dona Maria da Costa Lima (*1839―†1899), ambos filhos do coronel Joaquim da Costa Lima (*1796―†1872) e de sua esposa dona Tereza de Jesus Gomes de Lima (*1812―†1859), esta filha do capitão Martinho Nunes Pereira e de sua esposa dona Ana Francisca da Conceição Esteves, irmã de dona Maria Rosa do Nascimento Esteves Otoni que era a esposa do literato José Eloy Otoni. O coronel Patrício Alves da Costa casou-se a 10 de maio de 1855 com dona Maria Altina de Souza e Silva (*1840―†?) filha da matriarca Altina Maria de Castro (conforme livro 3º de casamentos da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Minas Novas, folha 31)

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Qual destes homens é o mais ilustre filho de Turmalina?