Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

Nossa Legenda

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Nossa Fé e Nosso FUturo

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Contribuição da escritora Clevane Pessoa


acima o autor e Tânia Diniz, a poetisa magistral que edita "Mulheres Emergentes" desde 1989; abaixo Tânia
e Amilcar Martins, diretor e fundador do ICAM - Instituto Cultural Amilcar Martins - duas presenças ilustres na Homenagem a YEDA PRATES BERNIS...



ENTREVISTA

Entrevistado: Valdivino Pereira Ferreira
Entrevistadora: D. Clevane Pessoa de Araujo Lopes

Ficha:

Nome: Valdivino Pereira Ferreira;  naturalidade: Comunidade de Bocaina, município de Turmalina-MG; Formação: Fundamental, autodidata; profissão: Assessor político, cultural, escritor e biografo; Cidade onde mora: Turmalina-MG; Endereço: Rua Rita Barbosa, 143 cs, Bairro Caxambú, CEP 39.660-000 / Turmalina – MG.


1) Caro Valdivino, você lança , agora em setembro, um livro, “Yeda Prates Bernis, PLENITUDE POÉTICA” — sobre a poeta mineira Yeda Prates Bernis.Qual foi sua maior motivação para escrevê-lo?


VPF) Escrevi o livro por sugestão do acadêmico José Afrânio Moreira Duarte, grande contista mineiro e acadêmico, muito amigo e admirador da obra de dona Yeda. Foi a paixão cristalina pela obra de Yeda quem me motivou a escrever esse livro. José Afrânio já havia escrito “Henriqueta Lisboa: Poesia Plena”, em 1996, editado pela Editora do Escritor, e resolvi fazer o meu no mesmo estilo. Óbvio que o meu livro não se reveste da qualidade da analise de José Afrânio sobre a obra de Henriqueta, estrela solar da poesia lusófona da nossa atualidade, mas busca tornar possível a difusão dessa alta poesia para as regiões das quais sou natural e os antepassados dela (Yeda), também. Como pesquisador da genealogia mineira, tive a grata satisfação de saber que minha hexavó materna, dona Emerenciana Alves de Macedo (*1790-†1850), teve uma irmã, dona Amélia Maria de Macedo, que casou-se com o coronel Hermenegildo Rodrigues Prates (*1780-†1857), são estes os avós do deputado Camilo Prates, avô paterno de dona Yeda. Posso acrescentar ainda que me motivou a grata satisfação de tê-la entre minhas parentas colaterais. Embora a principal motivação tenha sido mesmo  a paixão por sua extraordinária poesia transcendental, telúrica e metafísica.


2) Fale um pouco sobre a pessoa Yeda Prates Bernis.Conhece-a pessoalmente?  Qual foi a reação dela ao saber que você falaria dela e de sua Poesia? Ela estará no lançamento? Caracterize a poesia dessa autora. Qual de seus livros mais gosta?


VPF) D. Yeda é uma pessoa discreta, sábia e acessível, que soube aprender com os anos as lições mestras do espírito que deve permear as nossas atitudes. A conheci em 2005, quando lhe fui apresentado pelo doutor José Afrânio em companhia do presidente (da Academia Mineira de Letras), Dr. Murilo Badaró. Naquela instante apenas avivou-me em minh’alma o fato de ter entre meus livros “O Grão de Arroz”, grande alimentador de espíritos. Recebi vários livros dela de presente pelo José Afrânio, e confidenciei-lhe o projeto de analise de sua obra. O José Afrânio ficou muito feliz e me incentivou no projeto. A partir daí a amizade estreitou-se e confluiu para algo maior, com telefonemas, cartas, emails, noticias, notas de jornal, etç. Um belo dia, contei-lhe que estava escrevendo sobre ela, e contava com boas opiniões de José Afrânio. Ela ficou felicíssima, mas disse-me que não perdesse tempo com ela, porque ela já estava muito velha, sem animo, sem motivação pela morte infausta de seu marido (Nei Bernis), que ela amava sublimemente. Retruquei-lhe que ela havia escrito páginas que se eternizaram e falavam de coisas pendularmente elevadas e presas ao espírito, coisas que permanecem para sempre. Ela aquiesceu, para minha alegria. Ela será a personagem central no lançamento, para minha alegria, e gosto de todos os seus livros, mas tenho um carinho especial pelo “Encostado na Paisagem”, presente do Zé Afrânio.

3) Você próprio é poeta. Qual o seu estilo predileto? Qual seria o seu estilo, se fosse denominá-lo? Quais seus principais temas? Tem alguma rotina para escrever ou obedece à inspiração? Com que idade escreveu seu primeiro poema?Onde estudou? Que autores mais o impressionaram?

VPF) Tento escrever poesias, embora seja péssimo poeta. Não tenho estilo definido, apenas derramo sobre o papel aquilo que meu coração dita, obedecendo ao modelo inspiracional do momento como influxo do espírito. Escrevi meu primeiro poema aos 10 anos, e falava sobre a morte recente de papai. Estudei em escolas rurais, por isso o sertão está tão presente em tudo que escrevo. Leio com agrado Cecília Meirelles, Wilmar Silva, Livia Paulini, Lacyr Schetino, Henriqueta Lisboa, Stella Leonardos, Dante Alighieri, Gabriela Mistral, Jorge Luis Borges, Pablo Neruda e Fernando Pessoa. Quanto a rotina, nunca tive.


4)Quantos livros já publicou? Está preparando algum outro? O que mais gosta de fazer?


VPF) Já escrevi, entre opúsculos e livros, 16 obras, entre biografias, poemas, ensaios, monografias históricas, folclore e genealogia. Estou preparando duas biografias no momento, uma analise da poeta ROSANI ABOU ADAL, de São Paulo. E a edição conjunta de minhas poesias (Ofertórios e Flores de Aço). Isso sem contar os artigos nos jornais de circulação nacional, regional e na revista da Academia Mineira de Letras.

5) Terminado esse trabalho, que sensações, sentimentos e emoções lhe acontecem?

VPF) O dever cumprido, mas a vontade de melhorar sempre. Sempre vejo defeitos em meus trabalhos. Não gosto de reler meus trabalhos, e depois de alguns anos, vi que muitos poetas, também, caso de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Guerra Junqueiro, Castro Alves, etç. Mas meus livros são meus filhos, amados e queridos, porque falam do que amo e acredito.


6)Onde e como será o lançamento desse livro? Quem o patrocina? Fale um pouco sobre a trajetória dessa publicação.


VPF) O lançamento será na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, uma das instituições mais respeitadas no que tange ao colecionismo e a estruturação da mineiridade literária e folclórica. O livro está editado as minhas expensas e do Fundo Municipal de Cultura de Turmalina, que compreendeu a importância da homenagem a dona Yeda.


7) Aproveito para agradecer a você, mais uma vez, pela inclusão de um pequeno depoimento, onde eu, que também sempre fui apaixonada pela poesia de YPB, conto como foi encontrá-la em Belo Horizonte. Ela prefaciou meu livro ORVALHO, de haikais e sempre com muito carinho e elegância, suas características.E desejo que a trajetória desse livro seja exitosa.Vocês dois bem o merecem.



VPF) Na verdade, eu preciso lhe agradecer, pela generosidade, apoio e confiança no respeito recíproco pela obra de nossa poeta maior. O depoimento de sua lavra incorporado ao livro é apenas o testemunho verdadeiro, sem ressalvas, de como a poesia bernisiana entra pelos poros e consegue se fixar nos corações de tantos quantos se abeberem da sua límpida, cristalina e perene fonte poética. O êxito do livro, entretanto, ela merece melhor do que eu, tanto por seu conteúdo quanto pela obra que ela produziu. Guardarei também nos escaninhos da minha memória e no mais recôndito do meu coração, a indicação que recebi para ser incluso no sodalício da Academia de Letras de Teófilo Otoni – ALTO – indicação de seu generoso coração e de sua fina sensibilidade, homenagem que muito me toca e estará comigo nesse e no outro plano, porque creio também em uma vida perene e duradoura, segundo as palavras de Santo Agostinho de Hipona (*334—†430, d.C), aquele doutor da Igreja cuja sabedoria não conheceu limites, que disse “a Fé é acreditar naquilo que não se vê e a recompensa disso é ver um dia aquilo que você acredita, combinado com as palavras de São Paulo aos Hebreus, que “A fé é a expectativa certa das coisas esperadas, embora não vistas ainda pelos olhos” (Hebreus, 11,1).



A bela e elegante Clevane Pessoa de Araujo Lopes, que entrevistou o fundador e coordenador do Projeto Resgate Memorial, sendo ela a indicadora do pesquisador Valdivino Pereira Ferreira, a vaga de membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO), a empossar-se a 01 de outubro de 2011.

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