Dedicatória do blog



Dedico esse blog a memória dos inesquecíveis VICENTE ANTUNES DE OLIVEIRA e Dr. MURILO PAULINO BADARÓ, amigos desta e d'outra vida!!! Ambos estão presentes na varanda da minha memória, compondo a história de minha vida, do meu ser e da minha gênese! Suas vidas são lições de que se beneficiariam, se fossem conhecidas, grandes personalidades e excepcionais estadistas. Enriqueceram o mundo com suas biografias e trouxe ao mundo a certeza que fazer o bem é possível, até mesmo na POLÍTICA!


Dedico também a meu trisavô Firmo de Paula Freire (*1848-1931), um dos maiores servidores da república no vale do Jequitinhonha, grande luminar da pedagogia da esperança!

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Nossa Fé e Nosso FUturo

terça-feira, 27 de agosto de 2013

crônica

UM HOMEM E SUA SILHUETA

Da esquina da avenida Olegário Maciel com a praça Raul Soares o seu vulto surge devagar e constante em minhas retinas. A sua presença no Instituto Histórico é um instinto, é como o ar de cada respiro, o sol de cada manhã, a bruma de toda madrugada. Ou seja, existe uma simbiose entre o homem e a instituição que ninguém desfaz. Após o abraço da chegada o assunto é infindo: história, genealogia, folclore e cultura. Famílias de Minas que construíram a imaginária da república no Brasil e plasmaram na Nação uma República mais da lei do que homens, com João Pinheiro na prática; seguido por Milton Campos na teoria. Essa Casa de João Pinheiro tem alma e tem médium: professor Herbert Sardinha Pinto. Ex-presidente da Casa, ele fez do IHGMG uma extensão do seu apartamento. Rende seu culto à história de forma apaixonada, buscando inserir a verdade em tudo que faz. Católico praticante, quando da visita do Papa João Paulo II, foi o cerimonialista oficial da Nunciatura em São Paulo, por sugestão de João Resende Costa. Mais aqui ele abandona a liturgia e a ritualística para examinar papeis, preencher formulários e redigir atas. Fixando a história da casa de seus maiores através de documentos.

Desses homens ele tem a história ouvida na cozinha e colhida na fonte limpa da família. João Pinheiro da Silva (*1860−†1908), foi mais que um homem de estado. Figura impar das montanhas, foi o doutrinador da república quando ela ainda vagia em seu berço. Reabro o baú da memória e lembro-me de vovó Cecília contando a história de seu avô, coronel Firmo de Paula Freire, que viajara de Minas Novas a Ouro Preto para assistir ao primeiro Congresso Republicano em Minas (1889). Fora em companhia de seu amigo Dr. Francisco Coelho Duarte Badaró (*1860−†1921), homem de boas letras e caráter adamantino, e tiveram que retornar imediatamente em razão de doença no seio da família. Afonso Arinos, em seu extraordinário “Afrânio de Melo Franco: Um Estadista da República”, corrobora a notícia. As revistas do Instituto consignam a versão.

De Israel Pinheiro, o artífice de JK, conta-se que vestia calças remendadas por dona Coracy. Bons tempos onde o dinheiro público era usado por homens que sabiam fazer bom uso dele. Relembro o fato e ouço a emoção do respeitável ancião.


Preciso sair. Dói dizer adeus ao velho querubim tutelar da Casa de João Pinheiro. Despeço do homem mais o seu vulto segue-me na lembrança e imaginação. Pela voz dele ouço as lembranças de Minas e revivo um tempo que definiu a fotografia histórica  dessas gerais.


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Qual destes homens é o mais ilustre filho de Turmalina?